14 de dezembro de 2010

Colóquio Da Cidade ao Território – À procura do espaço perdido

Quando? 15 de Dezembro
Onde? Auditório Afonso de Barros - ISCTE-IUL - Lisboa

Depois de décadas de investigação, nos domínios da sociologia urbana, da urbanística e do planeamento territorial, a Cidade continua a ser um dos referentes primaciais do actual contexto social, cultural e político. Avaliado de modo positivo ou na sua aparente negatividade, em termos explícitos ou inconscientemente sublimado, assumido literalmente ou em adjectivações informes, difusas e fragmentadas, esse referente acaba por se tornar omnipresente e irrecusável. É certo que esse referente tem vários nomes, cada um deles pretendendo-se hegemónico em relação aos restantes. E, no entanto, é muitas vezes a função principal da Cidade que é então designada.



Foi assim com as cidades globais, ou com as cidades duais, em que se destacava o papel dominantemente assumido em distintas escalas de referenciação. Ou então era a respectiva configuração territorial que nomeava esse referente e daí as cidades metrópoles ou as cidades região. Ou ainda se questionava a equidade social ou o equilíbrio ecológico daquelas entidades, nomeando-se, então, as cidades consoante o respectivo grau de coesão interna e de segmentação social, na primeira situação, ou de acordo com os correspondentes níveis de sustentabilidade ambiental e urbana, no segundo caso. Ou, mais recentemente, nomeavam-se as cidades consoante as condições e os estímulos à sua eventual criatividade urbana, num quadro de progressiva competitividade da economia e dos territórios.

Vemos, pois, que esta pluralidade de nomeações não eliminou, bem pelo contrário, aquele referente principal e, no entanto, é inegável a progressiva complexidade urbana destas entidades que, milenarmente, sempre foram tituladas de Cidade. Com efeito, cada uma das adjectivações acima referidas (e a lista não é obviamente exaustiva) procura ir ao encontro das próprias transformações económicas, sociais, culturais e políticas, no contexto das quais a Cidade assume, quase sempre, a centralidade de um protagonismo expresso ou implicitamente activo. Justifica-se, assim, plenamente, um regresso ao debate sobre aquela complexidade, enquanto desafio de desconstrução desse emaranhado analítico e normativo. Mas desconstrução, ainda, não numa busca especulativa de uma qualquer “essência” urbana, mas fundamentalmente na ilustração dos processos de identificação e de prospecção dessas entidades que continuamos a designar de Cidades.

Trata-se, portanto, de um debate aberto àquela mesma complexidade. O próprio título enunciado – Da Cidade ao Território: à procura do espaço perdido – apela àquela abertura instrumental e operativa. Mas não só. Na organização do Colóquio prevaleceu a intenção de abrir esse debate em torno de três quadros problemáticos, cada um deles suficientemente sugestivos e abrangentes em relação ao desafio de partida. Por outro lado, o método organizacional adoptado – estruturado em função de Mesas de Debate sobre cada um daqueles contextos de problematização – pretende reforçar aquela mesma intenção de um debate aberto, crítico e polémico. Temos, assim, a Mesa 1 – A Cidade Eterna: Criatividade e Coesão; a Mesa 2 – Habitar: Exílios e Escolhas; a Mesa 3 – Reconquistar a Cidade. Para além destes três momentos de debate, estão previstas, com a colaboração de dois Investigadores estrangeiros, duas Conferências, de Abertura e de Encerramento do Colóquio.

in: http://www.apgeo.pt/files/docs/Newsletter/Noticias_APG_13_12_2010.htm

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