26 de janeiro de 2015

Exposição: O PROCESSO SAAL: ARQUITETURA E PARTICIPAÇÃO, 1974-1976

Imagem:
Artur Rosa, SAAL, 1976, pormenor de instalação, dimensões variáveis, coleção do artista, Cortesia do artista





Quando:
DE 31 OUT 2014 A 01 FEV 2015

Comissariado:
Delfim Sardo

Produção:
Fundação de Serralves

Exposição dedicada ao SAAL – Serviço Ambulatório de Apoio Local, programa arquitetónico que marcou o Portugal do pós 25 de Abril (foi iniciado em Agosto de 1974 e durou até Outubro de 1976) e que tentou, segundo um processo participativo, envolver arquitetos e populações carenciadas.
Esta foi uma aventura coletiva arrojada, que transformou a perceção de muitos arquitetos em relação à função social da sua profissão.
Coincidindo com a comemoração dos 40 anos da revolução dos cravos, esta mostra apresentará uma seleção de aproximadamente 10 projetos, com especial enfoque no Porto, em Lisboa e no Algarve, através de maquetas, documentários, filmes e testemunhos áudio. A exposição incluirá, também, obras de artistas portugueses que estiveram próximos das movimentações neste período, muitos dos quais estão representados na Coleção de Serralves ou que incorporaram no seu trabalho desta altura questões declaradamente políticas.
Obras recentes de fotógrafos contemporâneos apresentarão uma nova abordagem a este momento visionário da história recente de Portugal.

Serviço Ambulatório de Apoio Local (SAAL)
O programa SAAL foi iniciado em agosto de 1974 e extinto em outubro de 1976. Constituindo, na sua essência, a cultura arquitetónica da Revolução de 1974, o SAAL procurou resolver problemas habitacionais candentes de populações muito carenciadas numa estratégia orgânica e participada. As suas consequências para o pensamento sobre a cidade e, sobretudo, para uma visão da arquitetura como processo ativo de produção de cidadania foram marcantes, não só no contexto das rápidas transformações do Portugal dos anos 1970, mas também como momento de afirmação da arquitetura portuguesa no panorama internacional.
No entanto, podemos ainda entender o SAAL de uma forma mais abrangente: como um momento de equacionamento da cidade e das suas estratégias habitacionais e de solo; como uma possibilidade de desenvolvimento, a um tempo desburocratizado e descentralizado, mas também oriundo de uma estratégia que privilegiou o financiamento à construção através dos seus promotores e mediante projetos – numa estrutura que deveria ter constituído matéria para uma séria reflexão posterior.
Em termos teóricos, o SAAL foi também um momento de questionamento do modernismo planificador, uma centelha de abertura relativamente ao problema da relação entre a funcionalidade, a urgência e a maturação de questões arquitetónicas que se vinham a desenhar em Portugal desde a década de 1950 e que aqui conheceram o seu momento experimental.





Ver mais:
http://www.serralves.pt/pt/actividades/simposio-saal-em-retroprospetiva/#tabs1-html
http://www.serralves.pt/pt/actividades/o-processo-saal-arquitetura-e-participacao-1974-1976/?menu=249#sthash.h69xzskK.dpuf

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