(Extensive urbanisation – a new scale for planning)
1. Urbanização extensiva - enquadramento
O urbano, dentro da polissemia que o caracteriza, não é mais do que o modo dominante de territorialização da sociedade. Ora, essa territorialização mobiliza espaços cada vez mais extensos e intensamente percorridos. O aumento dramático da mobilidade (física e informacional), permite modos de organização que antes estavam muito dependentes da proximidade física e da aglomeração. A perda de certos atritos territoriais – traduzida nos conceitos de espaço de fluxos ou espaço relacional – mobiliza lógicas muito diversas de territorialização, de espacialização dos modos de organização social. A grande escala territorial da urbanização extensiva não é apenas a representação da urbanização em territórios “desconfinados”, é, sobretudo, um âmbito geográfico pertinente para perceber as múltiplas dimensões que estruturam as dinâmicas e processos, i.e. o campo de forças territorial que actua sobre a escala micro dos “lugares” e das suas transformações. A grande escala permite, assim, contextualizar as intervenções micro (projectos urbanos, novas urbanizações, transformação de urbanizações existentes, etc.), percebendo de que modo se conectam aos sistemas infraestruturais e de mobilidade, aos sistemas biofísicos, e aos sistemas económicos mais vastos e dentro dos quais se integram.
A questão da urbanização extensiva encontra-se num enorme emaranhado de temas onde é já difícil saber de que é que se trata e de como se deve actuar e para quê. Este enunciado parece paradoxal, atendendo aos supostos consensos que existem. No entanto, é relativamente fácil demonstrar que esses consensos repousam, de facto, sobre um conjunto de questões que invariavelmente tocam duas tendências:
- uma generalização demasiada que se traduz no uso de “meta-conceitos” que, por serem tão gerais e abstractos, produzem a ilusão de conter toda a fenomenologia do real, podendo até transformar-se em verdadeiras aporias (igualdade de conclusões contraditórias). (...)
- uma excessiva polissemia que, a coberto da descoberta de supostas “normas” e “racionalidades”, denomina da mesma maneira e com os mesmos sistemas de causalidade e de representação diferentes escalas e contextos
de urbanização. (...)
Álvaro Domingues
(publicado pelo CITTA 1st Annual Conference on Planning Research. FEUP, 30 May 2008
(organization - CITTA) Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em 2009)
link para o texto integral:
https://www.ua.pt/ii/ocupacao_dispersa/ReadObject.aspx?obj=12820
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