6 de junho de 2012

Metrópole difusa, território urbano-rural, disperso, vá – mas aqui e ali a ficar consolidado

Joaquim Jordão

Assisti ao Colóquio “Da Cidade ao Urbano: Encontros com o ideário de Nuno Portas”, que teve lugar na escola de Arquitectura da Universidade do Minho / Guimarães, no passado dia 18 Maio 2012.

Nos quatro debates do Colóquio foram abordadas as temáticas que têm constituído as principais preocupações de Nuno Portas ao longo da sua carreira.

Para além dos oradores convidados, e tirando os colegas e amigos da geração de Nuno e da minha que corresponderam à obrigação de lhe prestar a devida homenagem, as pessoas que assistiram e participaram eram, maioritariamente, jovens estudantes da Escola de Arquitectura onde o evento teve lugar.

Ainda bem, porque é a estes que é necessário transmitir os proveitos da experiência que nos lega Nuno Portas – em especial aquele seu ensinamento de que não existem visões definitivas, aquele constante questionamento que é seu timbre, sempre a colocar dúvidas no que parece óbvio e assente.

O tema que mais esteve presente nos debates foi o do povoamento disperso, mas que talvez, quem sabe? deva ser antes tecnicamente designado por urbano difuso, ou geograficamente por cidade em expansão, talvez que a investigação em curso conclua por urbano não consolidado, ou metrópole urbano-rural, gestão alargada, etc...

Em todo o caso, o assunto mais falado nas quatro mesas do Colóquio foi a complexa trapalhada – perdão, problemática – bem patente neste exemplar e vasto território do noroeste da Península Ibérica onde, apropriadamente, decorreu o evento.

Muitos daqueles futuros arquitectos que estavam a assistir (e também muitos dos futuros engenheiros, geógrafos, juristas, economistas, etc) são os que nos vão suceder nos lugares que (a idade, mais ano menos ano, não perdoa) vamos deixar de ocupar na vida profissional – nos organismos de administração e gestão do território, nos gabinetes de arquitectura e urbanismo, nas equipas de consultadoria, nas câmaras municipais, nas repartições de finanças como peritos-avaliadores, nas conservatórias do registo predial, nos notários, nas empresas privadas a quem está a ser entregue a exploração das redes e infraestruturas (ainda) públicas, etc.

São esses jovens que, nesses lugares, vão directa ou indirectamente lidar com os (fascinantes, segundo os investigadores) problemas que lhes deixamos no território.

São eles que precisam de entender que a actual ocupação anárquica e desregrada do território...
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Link para o texto integral:
https://www.ua.pt/ii/ocupacao_dispersa/ReadObject.aspx?obj=24111

Enviado por:
Joaquim Jordão
21 de Maio de 2012

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