Quando:
12/10 A 01/12
Onde:
Centro Cultural São Paulo (CCSP)
A densidade é um atributo cada vez mais crucial para a sustentabilidade das cidades em um mundo superpovoado – o que não implica necessariamente verticalização. Com um gabarito médio de sete andares, por exemplo, Paris é a cidade mais densa da Europa.
Hoje, em um mundo que se urbaniza de acordo com taxas muito altas, a construção em massa forma e reforma radicalmente as cidades latino-americanas, africanas e asiáticas. É um registro disso que vemos nas fotos de Jorge Taboada e de Michael Wolf. E se os imensos conjuntos residenciais de baixa altura que Taboada flagra no México provocam uma espécie de vertigem da horizontalidade, as tramas ascendentes captadas por Wolf em Hong Kong causam o mesmo em relação ao plano vertical. Densidade, nesses casos, é sinônimo de massificação, aridez, monotonia e perda da noção de escala. Fotografadas sempre em planos fechados, de modo a eliminar as referências contextuais desses conjuntos, suas séries geram certa fascinação pelo aspecto sinistro da urbanidade contemporânea.
Cities without Ground é uma pesquisa feita por Adam Frampton, Jonathan D. Solomon e Clara Wong sobre as múltiplas camadas de Hong Kong. Aqui, a questão não é a massificação habitacional, mas a complexa trama de mobilidade da cidade. Com uma intrincada rede de passarelas que conectam edifícios e áreas distintas de seu tecido urbano, passando acima, abaixo ou entre viadutos e prédios, Hong Kong é uma cidade sem piso térreo, uma cidade cuja densa conectividade tridimensional praticamente eliminou a referência ao solo.
Não é por acaso que a reflexão sobre a densidade hoje termine enfocando a situação das cidades asiáticas. O trabalho The Vertical Village foi desenvolvido pelo estúdio holandês MVRDV como um estudo propositivo acerca da rápida transformação das pequenas comunidades chinesas – bairros ou cidades inteiras. Diante da ameaça da imediata destruição dessas comunidades pelo que denominam block attack – a construção de torres altas e repetitivas, fazendo tabula rasa do existente –, os arquitetos do MVRDV propõem formas de adensamento e verticalização que não desprezem a lógica informal das construções tradicionais, que constituem a identidade dessas comunidades.
Ver mais:
http://www.xbienaldearquitetura.org.br/densidade/#.UovDQ38gGK0
12 de outubro de 2013
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