3 de junho de 2014

Criatividade, Artes e Cidade - onde estão as utopias reais?

Quando:
3 de Julho

Onde:
Auditório da Universidade de Lisboa - Sala Polivalente

O PROJETO

As políticas de desenvolvimento territorial têm encarado a inovação e a criatividade como trunfos importantes para combater a adversidade, respondendo a novos desafios. Esta visão está, contudo, muito associada à inovação tecnológica que permite às instituições – públicas ou privadas – obterem ganhos de eficácia e de eficiência. Embora a ideia da cidade criativa represente um avanço, evidenciando as pessoas, no pensamento crítico, no risco, e na tolerância necessária para aceitar os insucessos que precedem os sucessos (Florida 2002, 2005; Landry 2000, 2006), esta visão continua a ter como principal estímulo o aumento da competitividade. É neste quadro que se coloca a questão de investigação deste projecto. Como se podem promover lugares criativos que conciliem competitividade, inclusão social e coesão territorial? E qual o contributo das artes e dos artistas para esse propósito? Trata-se de um problema multidimensional e multiescalar. Por um lado, conjuga políticas, processos e práticas centrados no território. Por outro, diz respeito a diferentes escalas geográficas (o bairro, a cidade, a região) e à sua articulação. Nesta óptica, a questão de investigação configura três conjuntos de problemas:

(i) A possibilidade de ligar, quer na teoria quer na análise, inovação tecnológica e inovação social. A inovação deve ser entendida numa perspectiva integrada assumindo como objectivo final o desenvolvimento dos territórios e das comunidades, nas suas dimensões económica, social, cultural, política e ambiental. (Alter, 2000);

(ii) A relação entre inovação e criatividade e o papel das artes na sua promoção. A relação entre criatividade e inovação pode permitir esclarecer melhor os processos que desencadeiam a mudança. A inovação é o processo que permite encontrar novas respostas para problemas não reconhecidos ou não solucionados. No caso da inovação social, visando o combate à exclusão, a transformação das relações sociais e a coesão das comunidades locais (Moulaert et al. 2009; Klein e Harrisson 2007, André e Abreu 2006); no que respeita à inovação tecnológica, visando ganhos de competitividade das empresas ou dos territórios (Scott 2001; Van Winden et al. 2007). O papel das artes parece ser relevante nos dois casos. Estimula a criatividade necessária à inovação, na medida em que contém normalmente sementes da mudança: inspira e é inspiradora, desenvolve a imaginação e o pensamento crítico (André et al. 2009). Assim, as artes impulsionam a criatividade muito para além do campo artístico, desconstruindo regras e estereótipos que dificultam a inovação em geral, e a inovação social em particular (Miles 1997; Markusen 2006; Smiers 2005);

(iii) A configuração e o desenvolvimento de meios criativos, simultaneamente dinâmicos e inclusivos. Para permitir a criatividade, um meio deve ser suficientemente resiliente para permitir a mudança sem se fragmentar, ou seja, sem perder a sua unidade e coerência. Conhecimento, aprendizagem, diversidade, tolerância, participação e capital relacional parecem ser condições necessárias ao seu desenvolvimento.

Ver mais:
http://rucasproject.wordpress.com/about/

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